Por esta e por todas as noites
Quando os raios lunares
Teimam em banhar
Meu corpo nu de mansinho
Minha alma despega-se
E sai feita vadia
Por ai a navegar
Sem rumo nem direcção.
Passo de repente
Junto a Vénus e entrego-lhe
O meu gostar
Num salto vou a Júpiter
Entregar todo o meu amar
E penso que faria eu um dia
Se não pudesse mais viajar
Sem meu corpo para me sonhar.
Trago comigo o olhar da noite
E a sua permanente nostalgia
Trago comigo o olhar da noite
E o feitio da lua
Minha eterna consorte nua.
Eduardo Jorge 27 Dez 2006